terça-feira, 31 de janeiro de 2012


Hoje em dia essas expressões estão sendo usadas o tempo todo e, algumas vezes, abusadas.
   Educação a Distância" e "Aprendizagem a Distância" --são processos que acontecem, de certo modo, dentro da pessoa -- não há como possam ser realizados a distância. Tanto a educação como a aprendizagem (com a qual a educação está conceitualmente vinculada) acontecem onde quer que esteja o indivíduo que está se educando ou aprendendo -- não há como fazer, nem sequer entender, "teleeducação" e "teleaprendizagem".  (Vide adiante).
   Ensinar a distância, porém, é perfeitamente possível e, hoje em dia, ocorre o tempo todo -- como, por exemplo, quando aprendemos através de um livro que foi escrito para nos ensinar alguma coisa, ou assistimos a um filme, um programa de televisão, ou um vídeo que foram feitos para nos ensinar alguma coisa, etc. A expressão "ensino a distância" faz perfeito sentido aqui porque quem está ensinando -- o "ensinante" -- está "espacialmente distante" (e também distante no tempo) de quem está aprendendo -- o "aprendente". (O termo "distância" foi originalmente cunhado para se referir ao espaço, mas pode igualmente bem ser aproveitado para se referir ao tempo).
   Tradicionalmente, fazia-se ensino a distância através de cartas (as epístolas do Novo Testamento são didáticas, e, portanto, exemplos de ensino a distância) e de livros (especialmente depois que começaram a ser impressos) -- ou seja, com baixa tecnologia. Com as novas tecnologias eletro-eletrônicas, especialmente em sua versão digital, unidas às tecnologias de telecomunicação, agora também digitais, abre-se para o ensino a distância uma nova era, e o ensino passa a poder ser feito a distância em escala antes inimaginável e pode contar ainda com benefícios antes considerados impossíveis nessa modalidade de ensino: interatividade e até mesmo sincronicidade.
   Por isso, ensino a distância certamente é (como sempre foi) uma forma de usar a tecnologia na promoção da educação. (Porque a educação e a aprendizagem, embora aconteçam dentro do indivíduo, e, portanto, não possam ser feitas a distância, podem, e devem, ser mediadas através dos contatos do indivíduo com o mundo que o cerca, em especial, através de seu contato com outras pessoas, seja esse contato "cara a cara" ou "remoto" ("virtual", no sentido de que não envolve a "contigüidade espaço-temporal" das duas pessoas).

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